quinta-feira, 9 de julho de 2009

História do CONUNE

X CONGRESSO NACIONAL DOS ESTUDANTES DA UNE - 1947

O ano de 1947 foi marcado pelo cerceamento das liberdades democráticas, em maio, volta a cena no Brasil a cassação do registro do Partido Comunista. O tacão da direita facista volta a pisar no solo brasileiro pondo os comunistas na ilegalidade. A repressão voltava-se contra todos os movimentos populares, dissolvendo comícios e manifestações a bala,reeditando a censura à imprensa, principalmente as ligadas aos movimentos sociais.

Dentro deste quadro de horror político, eu e outros companheiros de esquerda voltamos todas as nossas atividades para o setor Universitário. Participo ativamente, junto com Jorge Loreti na estruturação da UNIÃO FLUMINENSE DOS ESTUDANTES, e por influência desse companheiro junto ao CAEV (CENTRO ACADÊMICO EVARISTO DA VEIGA), sou designado como um dos delegados da FACULDADE DE DIREITO ao X CONGRESSO NACIONAL DOS ESTUDANTES.

A facção da esquerda universitária voltada para a organização e participação nos Diretórios Acadêmicos das Faculdades, situadas em Niterói, ficou , sob minha responsabilidade. A grande tarefa era a organização das delegações dos demais estabelecimentos de ensino superior para assim formar uma bancada voltada para as nossas posições políticas.

Contando com o trabalho de militantes universitários do Partido Comunista, entre eles: MANOEL JARDIM, BERNARDO KIER, ISAC BRILMAM, PAULO VELMOVISTK, e dos aliados AFONSO CELSO, CARLOS JAMES e JOÃO CABRAL, levamos ao X CONGRESSO NACIONAL DA UNE uma delegação que pesou na eleição de ROBERTO GUSMÃO, afastando da UNE o domínio da UDN.
ROBERTO GUSMÃO era militante socialista, para manter uma ponte, com vistas ao CONGRESSO DA UFE, mantivemos JORGE LORETTI como 3º VICE PRESIDENTE DA UNE, eu fiquei como 4º SECRETÁRIO. A nossa delegação foi o fiel da balança na virada da UNE, assegurando a vitória da chapa de esquerda.

Assim em julho de 1947, dois meses depois da cassação do Partido Comunista, a UNE passou a ser dirigida por estudantes de formação socialista, alavancando assim a campanha do Petróleo, O PETRÓLEO É NOSSO.

Por irônia do destino, em 1979, ainda sob o tacão da ditadura, no governo Figueiredo, sou procurado pelos estudantes empenhados no CONGRESSO DE REFUNDAÇÃO DA UNE, fechada durante anos por conta do autoritarismo. Entro com uma ação judicial e ganho um pedido de LIMINAR que possibilitou a realização do CONGRESSO, na Bahia. Liberando as estradas que estavam interditadas para impedir o acesso dos estudantes.. Mais uma vez uma vitória sobre os que desconhecem que a liberdade não é só um sonho, mas uma luta constante. Por isso A LUTA CONTINUA COMPANHEIROS.

MANOEL MARTINS (Militante do PSOL)